Saiba qual o destino certo para o seu lixo

domingo, 21 de setembro de 2008

O progresso da tecnologia, que aposentou as velhas pilhas de papéis, telegramas e disquetes, também trouxe um novo problema para a sociedade: dar um fim adequado ao chamado lixo tecnológico. Só no Brasil, um milhão de computadores são jogados fora todos os anos, enquanto novos equipamentos tomam o lugar dos antigos. Essa quantidade de lixo ainda pode ser somada às baterias dos mais de 35,6 milhões de telefones celulares espalhados pelo país, além de uma enorme quantidade de pilhas e eletroeletrônicos. Os equipamentos de informática, principalmente os mais antigos, apresentam riscos para o meio ambiente e para a saúde humana.

Assim como as pilhas e baterias, eles podem conter altas taxas de produtos químicos ou metais pesados como mercúrio, cádmio e o chumbo. A dissolução dos metais, quando depositados em aterros sanitários, pode contaminar lençóis freáticos e o ambiente local. Além disso, eles contêm substâncias capazes de provocar doenças neurológicas, que afetam a coordenação motora. A problemática ambiental que envolve esse tipo de resíduo é tão recente que a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) ainda não sabe dizer qual porcentagem das 1.200 toneladas de resíduos sólidos coletados diariamente em Goiânia corresponde a esse tipo de lixo. Há apenas dois meses, a agência deu início a um mapeamento, que visa determinar a atual situação de produção, acondicionamento, coleta, transporte, manejo e destinação final do lixo tecnológico. Somente depois de feito esse diagnóstico será possível elaborar um plano de gerenciamento do resíduo tecnológico para Goiânia.

De acordo com resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), aprovada em junho de 1999, cabe aos fabricantes reciclar ou dar uma destinação final adequada a esses materiais. Para isso, as empresas devem recolher as pilhas e baterias após sua vida útil, por meio da disponibilização de recipientes adequados nas próprias lojas onde o consumidor comprou o produto. No entanto, como esta ainda não é a realidade encontrada nos estabelecimentos comerciais, é possível depositar as pilhas e baterias nos Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) do Programa Goiânia Coleta Seletiva, espalhados pela cidade (veja os endereços dos PEVs no site www.coletaseletiva.goiania.go.gov.br). Eles possuem um compartimento específico para as pilhas e baterias, que são coletadas e enviadas de volta para o fabricante. Outra alternativa é enviar os produtos ao fabricante pelos Correios.

O Banco Real também recolhe pilhas e baterias usadas, por meio do programa "Papa Pilhas". Segundo a instituição financeira, desde que a iniciativa foi implantada, em dezembro de 2006, mais de 12 toneladas do material reciclável foram coletadas. O "Papa Pilhas" está presente em todas as agências do banco e recolhe todo tipo de pilhas e baterias usadas em rádios, controles remotos, relógios, celulares, telefones sem fio, laptops, câmeras digitais e outros aparelhos.

Já o descarte de computadores segue outro processo. Como é comum que as pessoas troquem de computador apenas para adquirirem uma máquina mais moderna, é possível reaproveitar parte dos equipamentos de informática dispensados. Algumas empresas na capital, ainda em fase de implantação, já compram monitores, teclados e impressoras que podem ser reutilizados e montam outras máquinas, que são vendidas a preços mais populares.

Moradores ou empresas do ramo da informática que pretendem descartar os equipamentos podem recorrer à Companhia de Urbanização de Goiânia (COMURG), por meio do telefone 3524 8503. O órgão coloca seus caminhões à disposição para recolher os computadores, que são leiloados às empresas de reciclagem especializadas. Só uma dessas empresas reciclou, nos últimos dois meses, mais de uma tonelada de lixo tecnológico. (Vívian Maia)

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